O Chile é reconhecido mundialmente como o segundo maior produtor de salmão, superado apenas pela Noruega. A indústria chilena de salmonicultura concentra-se principalmente nas regiões de Los Lagos e Aysén, que possuem condições naturais ideais, como baixas temperaturas e águas ricas em nutrientes devido à influência da Corrente de Humboldt. Essas regiões oferecem um ambiente propício para o cultivo intensivo, garantindo o desenvolvimento rápido e saudável das espécies criadas Volumes de Produção e Principais Espécies
O Salmão do Atlântico (Salmo salar) é a principal espécie produzida no Chile, representando cerca de 70% do volume total de produção. Esse peixe passa os primeiros meses de vida em água doce, em ambientes controlados chamados hatcheries, e posteriormente é transferido para sistemas marinhos, onde permanece até atingir o peso ideal de abate, entre 4,5 e 5 kg. O ciclo de cultivo completo dura aproximadamente 18 meses
Essa espécie é amplamente preferida pelos mercados internacionais devido à sua textura firme, sabor delicado e alta versatilidade culinária .
Salmão do Pacífico e Truta Arco-Íris
Embora o salmão do Pacífico (Oncorhynchus kisutch) e a truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) representem uma menor parcela da produção, essas espécies desempenham um papel fundamental no abastecimento de mercados específicos, como o Japão. Essas variedades têm ciclos de crescimento mais curtos, entre 10 e 12 meses, o que permite maior flexibilidade no planejamento da produção. A truta arco-íris, em particular, tem ganhado espaço no mercado devido à sua carne macia e sabor característico, sendo uma opção valorizada por consumidores que buscam diversidade em produtos de aquicultura .
Mercados Alcançados
O salmão chileno é amplamente exportado, com os Estados Unidos sendo o principal mercado consumidor, respondendo por aproximadamente 30% das exportações totais. Esse mercado valoriza especialmente o salmão fresco, transportado em condições refrigeradas para garantir a qualidade. O Japão é outro destino relevante, especialmente para produtos como sashimi e filés frescos. A União Europeia também se destaca, com a Alemanha e a França liderando as importações. Nos últimos anos, o Brasil tem emergido como um mercado estratégico, absorvendo um volume crescente de salmão chileno, tanto fresco quanto processado. Essa expansão deve-se ao aumento do consumo interno e à preferência por produtos de alta qualidade.
Desafios e Impactos
A rápida expansão da indústria de salmonicultura no Chile trouxe consigo uma série de desafios. Entre os principais, destaca-se a proliferação de doenças, como a Anemia Infecciosa do Salmão (ISA), que impactou severamente a produção em 2007, causando perdas significativas. Além disso, problemas ambientais, como a eutrofização das águas e o escape de salmões, têm gerado preocupação entre especialistas e organizações ambientais. O manejo inadequado desses impactos pode comprometer a sustentabilidade da atividade e prejudicar a imagem do salmão chileno nos mercados internacionais.
Inovações Tecnológicas e Sustentabilidade
Para enfrentar esses desafios, a indústria chilena tem investido em soluções tecnológicas, como sistemas de recirculação de água (RAS) e rações de alta digestibilidade, que minimizam a quantidade de dejetos e reduzem os impactos ambientais. Programas de biossegurança também têm sido implementados para controlar a disseminação de patógenos e aumentar a sobrevivência dos peixes. Essas medidas não apenas contribuem para a sustentabilidade do setor, mas também atendem às exigências de consumidores cada vez mais conscientes sobre a origem e o impacto ambiental dos produtos que consomem .